quarta-feira, 31 de julho de 2013

Qual o reflexo do meu rosto?


Ao ler a primeira leitura, a visão cinematográfica que tive do rosto resplandecente de Moisés, com as tábuas da Lei nas mãos, fez contraponto com os rostos amargos de uns e despreocupados, irresponsáveis,  de outros que no nosso tempo ditam leis e que todos os dias vemos, não a descer do Sinai, mas a subir para um qualquer poleiro.


Pois é, Moisés trazia reflectido no rosto o brilho de uma pérola preciosa que foi encontrada no silêncio da oração, no silêncio do diálogo com Deus que com ele olha para o povo, para o seu povo, e se aperceber da sua necessidade mais urgente : Uma Lei. Lei que, então como agora, combata a imoralidade...mais urgente...a amoralidade. Lei , pérola, que Cristo vem lapidar e que se torna Amor ("Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos ").

Como baptizados também os nossos rostos deviam resplandescer reflectindo o brilho de uma pérola que está ao nosso alcance e que pelo poder do Espírito Santo nos tornamos herdeiros. Esta Pérola, esta Lei, este Amor é já Reino de Deus.

Rezo hoje, agora, em agradecimento por todos os que têm responsabilidade na elaboração das leis. Ilumina-lhes a mente e o coração meu Deus, torna os seus rostos resplandecentes Deus de Moisés.

Que o reflexo da Glória de Deus a todos ilumine!
DECOLORES

Luís Custódio

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Evangelho segundo S. João 11,19-27.


Naquele tempo, muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria para lhes darem os pêsames pelo seu irmão.
Logo que Marta ouviu dizer que Jesus estava a chegar, saiu a recebê-lo, enquanto Maria ficou sentada em casa.
Marta disse, então, a Jesus: «Senhor, se Tu cá estivesses, o meu irmão não teria morrido.
Mas, ainda agora, eu sei que tudo o que pedires a Deus, Ele to concederá.»
Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará.»
Marta respondeu-lhe: «Eu sei que ele há-de ressuscitar na ressurreição do último dia.»
Disse-lhe Jesus: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá.
E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto?»
Ela respondeu-lhe: «Sim, ó Senhor; eu creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir ao mundo.» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
Sermão 103, 1.5; PL 38, 613 (trad. breviário 29/07) 

«Uma mulher chamada Marta recebeu Jesus em sua casa»


«O que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes» (Mt 25,40). […] Tu, Marta –, com tua licença o direi, e bendita sejas pelos teus bons serviços – buscas o descanso como recompensa do teu trabalho. Agora estás ocupada com muitos serviços, queres alimentar os corpos que são mortais, embora de pessoas santas. Porventura, quando chegares à outra pátria, poderás encontrar um peregrino a quem hospedar, um faminto com quem repartir o pão, um sequioso a quem dar de beber, um doente a quem visitar, algum litigante a quem reconciliar, algum morto a quem sepultar?


Lá, não haverá nada disso. Que haverá então? O que Maria escolheu: lá, seremos alimentados e não daremos alimento. Lá, há-de cumprir-se em plenitude aquilo que Maria aqui escolheu: daquela mesa opulenta, ela recolhia as migalhas da Palavra do Senhor. Quereis saber o que haverá lá? O próprio Senhor o diz a respeito dos seus servos: «Em verdade vos digo, que ele os mandará sentar à mesa e, passando no meio deles, os servirá» (Lc 12,37).

domingo, 28 de julho de 2013

Evangelho segundo S. Lucas 11,1-13.


Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Quando acabou, disse-lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.»
Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino;
dá-nos o nosso pão de cada dia;
perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»
Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo e for ter com ele a meio da noite e lhe disser: 'Amigo, empresta-me três pães,
pois um amigo meu chegou agora de viagem e não tenho nada para lhe oferecer',
e se ele lhe responder lá de dentro: 'Não me incomodes, a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados; não posso levantar-me para tos dar'.
Eu vos digo: embora não se levante para lhos dar por ser seu amigo, ao menos, levantar-se-á, devido à impertinência dele, e dar-lhe-á tudo quanto precisar.»
«Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á;
porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.
Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente?
Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

Juliana de Norwich (1342-depois de 1416), mística inglesa 
Revelações do amor divino, cap. 41 

«Batei e abrir-se-vos-á»

Nosso Senhor fez-me uma revelação sobre a oração. Vi que ela assenta em duas condições: a rectidão e uma confiança firme. Muitas vezes, a nossa confiança não é total. Não temos a certeza de Deus nos escutar, pois pensamos que somos indignos e além disso não sentimos nada. Muitas vezes, depois de rezarmos, estamos tão secos e estéreis como estávamos antes. A nossa fraqueza vem desta consciência de sermos tontos, como eu própria a experimentei. Tudo isso, Nosso Senhor mo apresentou de repente ao espírito e disse-me: «Eu sou a origem da tua súplica. Primeiro, sou Eu que quero fazer-te esse dom, seguidamente faço de modo a que tu mesma o queiras. Incito-te a implorar e tu imploras: portanto, como é possível que não obtenhas o que pedes?»


Nosso Senhor deu-me assim um grande conforto. […] Quando me disse: «e tu imploras», mostrou-me o grande prazer que Lhe dá a nossa súplica e a recompensa infinita que nos dará em resposta à nossa oração. Quando declarou: «como é possível que não obtenhas?», é como se fosse uma impossibilidade não recebermos a graça e a misericórdia, quando a pedimos. Com efeito, tudo o que Nosso Senhor nos leva a implorar, já o encomendou para nós eternamente. Por aqui podemos ver que não é a nossa súplica a causa da bondade que Ele nos testemunha […]: «Eu sou a origem da tua súplica». […]


A oração é um acto deliberado, verdadeiro e perseverante da nossa alma, que se une e se liga à vontade de Nosso Senhor, por obra suave e secreta do Espírito Santo. Parece-me que Nosso Senhor começa por receber pessoalmente a nossa oração, tomando-a com grande reconhecimento e grande alegria, levando-a para o céu e depositando-a num tesouro onde ela jamais perecerá. Ela aí fica, em face de Deus e de todos os santos, continuamente acolhida, a ajudar-nos continuamente nas nossas necessidades. E, quando entrarmos na bem-aventurança, ser-nos-á devolvida, contribuindo para a nossa alegria, com um agradecimento infinito e glorioso da parte de Deus.

sábado, 27 de julho de 2013

Evangelho segundo S. Mateus 13,24-30.


Naquele tempo, Jesus propôs à multidão mais esta parábola: «O Reino do Céu é comparável a um homem que semeou boa semente no seu campo.
Ora, enquanto os seus homens dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e afastou-se.
Quando a haste cresceu e deu fruto, apareceu também o joio.
Os servos do dono da casa foram ter com ele e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?’
'Foi algum inimigo meu que fez isto’ respondeu ele. Disseram-lhe os servos: 'Queres que vamos arrancá-lo?’
Ele respondeu: 'Não, para que não suceda que, ao apanhardes o joio, arranqueis o trigo ao mesmo tempo.
Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa; e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em feixes para ser queimado; e recolhei o trigo no meu celeiro.’» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

Concílio Vaticano II 
Constituição dogmática sobre a Igreja «Lumen gentium», § 33 (rev) 

«Deixai um e outro crescer juntos, até à ceifa»

Unidos no Povo de Deus, e constituídos no corpo único de Cristo sob uma só cabeça (1Cor 12,12; Col 2,19), os leigos, sejam quais forem, são todos chamados a concorrer como membros vivos, com todas as forças que receberam da bondade do Criador e por graça do Redentor, para o crescimento da Igreja e sua contínua santificação.


O apostolado dos leigos é participação na própria missão salvadora da Igreja, e todos são a ele destinados pelo Senhor, por meio do Baptismo e da Confirmação. E os sacramentos, sobretudo a sagrada Eucaristia, comunicam e alimentam aquele amor para com Deus e para com os homens que é a alma de todo o apostolado. Mas os leigos são especialmente chamados a tornar a Igreja presente e activa naqueles locais e circunstâncias em que só por meio deles ela pode ser o sal da terra (Mt 5,13). Deste modo, todo e qualquer leigo, pelos dons que lhe foram concedidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da missão da própria Igreja, «segundo a medida concedida por Cristo» (Ef 4,7). […]


Incumbe, portanto, a todos os leigos a magnífica tarefa de trabalhar para que o desígnio de salvação atinja cada vez mais os homens de todos os tempos e lugares. Esteja-lhes, pois, amplamente aberto o caminho, a fim de que, segundo as próprias forças e as necessidades dos tempos, também eles participem com ardor na acção salvadora da Igreja.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Solta-se a Palavra


Nua e solitária,
Sofrível e solidaria,

Solta-se a palavra,
Perdida e encontrada,
Arável e cultivada,

Solta-se a palavra,
O desejo de ser possuída,
O desejo de ser vivida,

Solta-se a palavra,
Nos sonhos nos transporta,
Sem que nos fechem a porta,

Mas tu o solta palavra,
Que de ti seria sem que o “Verbo”
Te desse significado,
Te desse entendimento,
Ele que te ilumina e te dá a conhecer,
Aos homens com vontade de crescer,
De sob tua palavra viver.

Solta-se a palavra,
Para ti mulher,
Para ti jovem,
Para ti homem,
Para quem a entender souber!

Solta-se a palavra,
Que juntas, formam frases,
Que perdidas, mostram fases,
Pensamentos,
Sofrimentos,
Desejos,
Leis e mandamentos…
Livros e testamentos,
Poemas, romances,
Dramas e nuances,

Solta-se a palavra,
E por ela,
O “Verbo” te fez sofrer,
Para que na palavra,
Pudéssemos crer,
Acreditar sem ver,
E por ela na Fé nascer,
 Solta-se a palavra…

Porquê Francisco!


“Ao chamar-se Francisco quis fazer um corte com a opulência, quis mostar que estar ao serviço da Igreja não é ter poder, é servir a humanidade."
Carreira das Neves, franciscano e teólogo

São Francisco teve uma grande abertura ao universo feminino e ao laical (permitindo as ordens terceiras), nota João Luís Inglês Fontes, investigador em História na Universidade Nova de Lisboa e na UCP. “Tinha um grande acolhimento à diversidade”, sublinha.
“Esperemos que ponha em prática a opção pelos pobres e que, tal como aconteceu em São Damião, este Papa repare a Igreja que, neste tempo, está tão vacilante na sua fé”, anseia Maria da Glória, superiora das Franciscanas Missionárias de Maria, em Lisboa.
Um “jesuíta franciscano” Francisco é um “jesuíta franciscano”? Manuel Rito Dias, superior da comunidade dos Capuchinhos, em Fátima, outro ramo dos franciscanos, considera que apesar das duas
ordens terem estilos muito diferentes – os franciscanos apostados no trabalho com os mais pobres; os jesuítas com um “estilo mais intelectual, virados para a cultura e a ciência” – é possível ter “um jesuíta com um estilo de vida franciscano, sem renunciar ao
seu carisma”. Ou seja, um homem que se inspire em São Francisco de Assis e em São Francisco Xavier, o jesuíta evangelizador. “Os dois completam-se naquilo que deve ser um Papa”, define. Até porque na “espiritualidade inaciana”, de Santo Inácio de Loyola, o
fundador dos jesuítas, “há muito de São Francisco”, aponta Vítor Melícias.


“Francisco não é um nome. É um projecto de Igreja pobre, simples, evangélica e destituída de todo o poder. É uma Igreja que anda pelos caminhos, junto com os últimos."

Leonardo Boff, defensor da Teologia da Libertação
O modo como nasceram as duas ordens – fransciscana e jesuíta – é muito distinta. No século XII, com o renascimento urbano, com uma sociedade urbana em explosão e a importância crescente do dinheiro, Francisco rompe com as normas, optando pela
pobreza e pela penitência. “Uma opção que lhe dá grande liberdade para acolher os que mais sofrem”, explica João Luís Inglês Fontes.
Inicialmente, Francisco é um homem que atrai muitos seguidores, num movimento de homens que não são consagrados. Francisco de Assis nunca foi padre, foi um leigo até que Roma proibiu a pregação por pessoas não-consagradas. Então, aceitou ser diácono.
Origem diferente tem a Companhia de Jesus, que surgiu no século XVI, como resposta ao protestantismo: eram sacerdotes que se propuseram ser um “exército dentro da Igreja para defender o Papa” através da filosofia, da teologia e da ciência, descreve Carreira das Neves. Foram também grandes evangelizadores que compreenderam que a palavra de Deus se espalha através do respeito pela cultura dos outros.
Também os franciscanos evangelizaram, recorda Vítor Melícias, mas, enquanto os jesuítas trabalhavam com as elites, os franciscanos estavam ao lado do povo.
Para o jesuíta Miguel Almeida, director do Centro Universitário Padre António Vieira, em Lisboa, o grande desafio é o de ouvir os cristãos que não estão na Europa e entrar em diálogo com os muçulmanos. E, dentro da Igreja, “encontrar maneiras de ser mais comunidade, mais comunhão”, dando aos leigos um papel mais participativo.
Importância da pobreza Oriundo da América Latina, o Papa eleito na passada quarta-feira é um homem que sabe o que é a pobreza e a relação da Igreja com o poder político, nota Inglês Fontes.
Depois do Concílio Vaticano II, a Companhia de Jesus assumiu a vanguarda da Igreja e promoveu a Teologia da Libertação na América Latina, chegando mesmo a envolver-se politicamente. A figura do cardeal Óscar Romero, um teólogo jesuíta assassinado por militares em São Salvador, em 1980, enquanto celebrava missa, marcou a Igreja na América Latina. Outro nome marcante foi o do teólogo Leonardo Boff, um franciscano brasileiro que acabou por se desvincular da Igreja.
No seu blog, Boff afirma que, tal como Francisco de Assis, o Papa Francisco “se deu conta de que a Igreja está em ruínas pela desmoralização dos várias escândalos que atingiram o que tinha de mais precioso: a moralidade e a credibilidade”.
“Francisco não é um nome. É um projecto de Igreja pobre, simples, evangélica e destituída de todo o poder. É uma Igreja que anda pelos caminhos, junto com os últimos; que cria as primeiras comunidades de irmãos que rezam o breviário debaixo de árvores junto com os passarinhos. É uma Igreja ecológica que chama a todos os seres a doce palavra „irmãos e irmãs‟. Francisco mostrou-se obediente à Igreja dos Papas e, ao mesmo tempo, seguiu o seu próprio caminho com o evangelho da pobreza na mão.”, continua Boff, que vê o novo Papa como um homem que tem a experiência da pobreza e, como tem uma “nova visão das coisas, a partir de baixo, poderá reformar a Cúria, descentralizar a administração e conferir um rosto novo e crível à Igreja.”

Evangelho segundo S. Mateus 13,16-17.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ditosos os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.
Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a ouvir, e não ouviram.» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Beato Guerric de Igny
Maria, a terra boa que dá fruto
O Verbo, a Palavra de Deus, fez-Se carne e habitou entre nós (Jo 1,14). […] A Sabedoria de Deus (1Cor 1,24) começou a construir para Si a morada (Prov 9,1) de um corpo como o nosso no seio da Virgem […]; sem a cooperação de homem, tomou do corpo da Virgem a carne destinada à nossa redenção. E o Senhor dos exércitos está connosco (Sl 45,8) desde este dia, o Deus de Jacob é a nossa força, porque o Senhor tomou a nossa condição humana para que a glória habite na nossa terra (Sl 84,2).
Sim, Senhor, Tu abençoaste a terra, a terra abençoada entre todas as mulheres (Lc 1,28). Tu difundiste a graça do Espírito Santo para que a nossa terra dê o fruto das suas entranhas (Sl 84,13) e para que, do orvalho descido dos céus sobre o seio virginal, germine o Salvador (Is 45,8). Esta terra tinha sido amaldiçoada por causa do Mentiroso (Jo 8,44) e, mesmo quando era trabalhada, dela nasciam espinhos e cardos para os herdeiros da maldição (Gn 3,17-18). Mas hoje a terra foi abençoada pela presença do Redentor, e produz para todos a remissão dos pecados e o fruto da vida, apagando nos filhos de Adão a marca da maldição original.
Sim, ela é abençoada, esta terra absolutamente virgem que, sem ter sido tocada, nem cavada, nem semeada, fez germinar o Salvador apenas do orvalho do céu, e fornece aos homens o pão dos anjos, alimento de vida eterna. Esta terra não cultivada parecia estar descarnada, mas tinha oculta em si uma colheita abundante (Sl 77,25); parecia um deserto inabitado, mas era um paraíso de delícias. Sim, este lugar solitário era o jardim onde Deus encontrava toda a sua alegria.

2º sermão para a Anunciação; SC 202 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Evangelho segundo S. Mateus 20,20-28.



Naquele tempo, aproximou-se então de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu, com os seus filhos, e prostrou-se diante de Jesus para lhe fazer um pedido.
«Que queres?» perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.»
Jesus retorquiu: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam: «Podemos.»
Jesus replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas, o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.»
Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos.
Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações as governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas o seu poder.
Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre vós quiser fazer se grande, seja o vosso servo; e
quem, no meio de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo.
Também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para resgatar a multidão.» 






Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja 
Sermão para a consagração de um bispo, Guelferbytanus nº 32; PLS 2, 637 


«Podeis beber o cálice que Eu vou beber?»

«Cristo deu a sua vida por nós, e nós também devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos» (1Jo 3,16). […] Jesus disse a Pedro: «Quando eras mais novo, tu mesmo te cingias e andavas por onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres» (Jo 21,18). É a cruz que Ele lhe havia prometido, é a Paixão. «Sobe, diz o Senhor, apascenta as minhas ovelhas, sofre pelas minhas ovelhas.» É assim que deve ser um bom bispo. Se não o for, não será bispo. […]


Ouve outro testemunho. Dois dos seus discípulos, os irmãos João e Tiago, filhos de Zebedeu, aspiravam aos primeiros lugares. […] O Senhor respondeu-lhes: «Não sabeis o que pedis.» E acrescentou: «Podeis beber o cálice que Eu vou beber?» E que cálice era esse, senão o da Paixão? […] E eles, ávidos de honras, esquecidos da sua fraqueza, imediatamente dizem: «Podemos.» Ele replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu cálice; mas, o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.» […] Deu assim prova da sua humildade; na verdade, tudo o que o Pai prepara é também preparado pelo Filho. […] Ele veio humilde: Ele, o Criador, foi criado entre nós; Ele, que nos fez, foi feito para nós. Deus antes do tempo, homem no tempo, libertou o homem do tempo. Este grande médico veio curar o nosso cancro […]; veio curar o próprio orgulho pelo seu exemplo.


É a isso que devemos estar atentos no Senhor: olhemos a sua humildade, bebamos o cálice da sua humildade, aprendamos dele, contemplemo-Lo. É fácil ter pensamentos nobres, é fácil apreciar as honras, é fácil ouvir os aduladores e os que nos elogiam. Mas ouvir insultos, suportar pacientemente as humilhações, orar por aqueles que nos ofendem (Mt 5,39-44), isso é o cálice do Senhor, isso é o banquete do Senhor.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Que futuro terá esta sementeira?


Que futuro terá esta sementeira?    
                                                                   

Como a chuva rega o chão e faz germinar o pão, assim a Palavra de Deus rega o coração e faz germinar a conversão, cumprindo assim a sua missão. É a lição de  Isaías 55,10-11.

Geralmente a semente que germina cedo demais depressa seca e não dá frutos. Diz o ditado que "depressa e bem não há quem", e assim a grande conclusão que tiro do Evangelho de hoje é que esta sementeira só dará fruto se regada pela Palavra de Deus dia após dia...sem pressas.
De facto não pode haver pressas. Entre a sementeira e a colheita o tempo é longo e depois da colheita dos frutos, quima-se o restolho e as ervas daninhas...só aí saberemos!

Ser pequena semente...cair á terra...e renascer, e dar frutos...e alimentar um povo!ÉS TU JESUS!Faz de mim tua semente...do meu coração terra boa...agricultor da tua seara!

Luís Custódio
Decolores

Evangelho segundo S. Mateus 13,1-9.


Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se à beira-mar.
Reuniu-se a Ele uma tão grande multidão, que teve de subir para um barco, onde se sentou, enquanto toda a multidão se conservava na praia.
Jesus falou-lhes de muitas coisas em parábolas: «O semeador saiu para semear.
Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho: e vieram as aves e comeram-nas.
Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra: e logo brotaram, porque a terra era pouco profunda;
mas, logo que o sol se ergueu, foram queimadas e, como não tinham raízes, secaram.
Outras caíram entre espinhos: e os espinhos cresceram e sufocaram-nas.
Outras caíram em terra boa e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; e outras, trinta.
Aquele que tiver ouvidos, oiça!» 





Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

Isaac, o Sírio (século VII), monge perto de Mossul 
Discursos ascéticos, série 1, nº 32 

«Cem por um»

Da mesma forma que todo o poder das leis e dos mandamentos que Deus deu aos homens se realiza na pureza de coração, como disseram os Padres, assim todos os modos e todas as formas pelas quais o homem reza a Deus se concretizam na oração pura. Os gemidos, as prosternações, as súplicas, as lamentações, todas as formas de que se pode revestir a oração têm na verdade como objectivo a oração pura. […] A reflexão deixa de ter algo que a sustente: nem oração, nem movimento, nem lamentação, nem poder, nem liberdade, nem súplica, nem desejo, nem prazer naquilo que espera nesta vida ou no mundo que há-de vir; depois da oração pura, já não há outra oração. […] Acima desse limite, já não é oração, é maravilhamento: a oração cessa e começa a contemplação. […]


A oração é a semente, a contemplação e a recolha dos frutos. O semeador maravilha-se ao ver o inexprimível: como é que, a partir dos pequenos grãos nus que semeou, brotam subitamente diante de si espigas florescentes? A vista da colheita tolhe-lhe os movimentos. […]


Do mesmo modo que só um homem em mil cumpre menos mal os mandamentos e as coisas da Lei e consegue atingir a pureza da alma, assim também só um em mil é digno de atingir com muita vigilância a oração pura, de atravessar o limite e de descobrir este mistério. Pois não é dado a muitos mas a poucos conhecer a oração pura.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Oração Oficial JMJ2013


Oração Oficial

Ó Pai, enviaste o Teu Filho Eterno para salvar o mundo e escolheste homens e mulheres para que, por Ele, com Ele e nEle, proclamassem a Boa-Nova a todas as nações. Concede as graças necessárias para que brilhe no rosto de todos os jovens a alegria de serem, pela força do Espírito, os evangelizadores de que a Igreja precisa no Terceiro Milênio.

Ó Cristo, Redentor da humanidade, Tua imagem de braços abertos no alto do Corcovado acolhe todos os povos. Em Tua oferta pascal, nos conduziste pelo Espírito Santo ao encontro filial com o Pai. Os jovens, que se alimentam da Eucaristia, Te ouvem na Palavra e Te encontram no irmão, necessitam de Tua infinita misericórdia para percorrer os caminhos do mundo como discípulos-missionários da nova evangelização.

Ó Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho, com o esplendor da Tua Verdade e com o fogo do Teu Amor, envia Tua Luz sobre todos os jovens para que, impulsionados pela Jornada Mundial da Juventude, levem aos quatro cantos do mundo a fé, a esperança e a caridade, tornando-se grandes construtores da cultura da vida e da paz e os protagonistas de um mundo novo.

Amém!

Evangelho segundo S. João 15,1-8.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e o meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que não dá fruto em mim e poda o que dá fruto, para que dê mais fruto ainda.
Vós já estais purificados pela palavra que vos tenho anunciado.
Permanecei em mim, que Eu permaneço em vós. Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em mim, é lançado fora, como um ramo, e seca. Esses são apanhados e lançados ao fogo, e ardem.
Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e assim vos acontecerá.
Nisto se manifesta a glória do meu Pai: em que deis muito fruto e vos comporteis como meus discípulos.»





Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato João Paulo II (1920-2005), papa
Exortação apostólica «Ecclesia in Europa» § 14 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana)

A santidade de Brígida da Suécia, mãe de família e depois religiosa

Fruto da conversão realizada pelo Evangelho é a santidade de muitos homens e mulheres do nosso tempo; não só daqueles que foram proclamados oficialmente santos pela Igreja, mas também dos que, com simplicidade e no dia-a-dia da existência, deram testemunho da sua fidelidade a Cristo. Como não pensar aos inumeráveis filhos da Igreja que, ao longo da história do continente europeu, viveram uma santidade generosa e autêntica no mais recôndito da vida familiar, profissional e social?


Todos eles, como «pedras vivas» aderentes a Cristo, «pedra angular»(1Ped 2,5-6; Ef 2,20), construíram a Europa como edifício espiritual e moral, deixando aos vindouros a herança mais preciosa. O Senhor Jesus havia prometido: «Aquele que acredita em Mim fará também as obras que Eu faço; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o Pai'» (Jo 14, 12). Os santos são a prova viva da realização desta promessa, e ajudam a crer que isto é possível mesmo nos momentos mais difíceis da história.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Homilia de D. Manuel Clemente, na Missa de entrada no Patriarcado de Lisboa

Encontra-se disponível na área de Download a Homilia de D. Manuel Clemente, na Missa de entrada no Patriarcado de Lisboa, algo que deve ser lido por todos.

Evangelho segundo S. João 20,1-2.11-18.


No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo logo de manhã, ainda escuro, e viu retirada a pedra que o tapava.
Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Maria estava junto ao túmulo, da parte de fora, a chorar. Sem parar de chorar, debruçou-se para dentro do túmulo,
e contemplou dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um à cabeceira e o outro aos pés.
Perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?» E ela respondeu: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram.»
Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus, de pé, mas não se dava conta que era Ele.
E Jesus disse-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?» Ela, pensando que era o encarregado do horto, disse-lhe: «Senhor, se foste tu que o tiraste, diz-me onde o puseste, que eu vou buscá-lo.»
Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela, aproximando-se, exclamou em hebraico: «Rabbuni!» que quer dizer: «Mestre!»
Jesus disse-lhe: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o meu Pai, que é vosso Pai, para o meu Deus, que é vosso Deus.'»
Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: «Vi o Senhor!» E contou o que Ele lhe tinha dito. 





Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja 
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n º 28, 9 


«Quem procuras?»

Só o sentido da audição pode alcançar a verdade, porque só ele ouve a palavra. […] «Não Me toques», diz o Senhor, isto é, perde o hábito de confiar nos teus sentidos enganosos, apoia-te nas minhas palavras, acostuma-te à fé. A fé não se pode enganar, compreende as coisas invisíveis e não sofre da pobreza dos sentidos. A fé ultrapassa os limites da razão humana, os usos da natureza, os limites da experiência. Porque queres aprender com os olhos o que eles não podem saber? E porque se esforça a tua mão por sondar o que nunca atingirá? É tão pouco o que uns e outra dão a conhecer de Mim! É a fé que compete pronunciar-se a meu respeito sem diminuir a minha majestade; aprende a acreditar com mais certeza e a seguir com mais confiança o que ela te diz.


«Não Me toques, pois ainda não subi para o Pai.» Como se devesse ou pudesse deixar-Se tocar quando fosse elevado; sim, sem dúvida que poderá ser tocado, mas só pelo coração e não pelas mãos, pelo desejo e não com os olhos, pela fé e não pelos sentidos. «Porque procuras tocar-Me agora [...]? Não te lembras de que, quando Eu ainda era mortal, os olhos dos meus discípulos não puderam aguentar a glória do meu corpo transfigurado, que ainda tinha de morrer? Faço-te ainda o favor de te mostrar a minha condição de servo (Fil 2,7), mas doravante a minha glória afasta-Me de ti. […] Suspende pois o teu julgamento […], reserva à fé o esclarecimento de tão grande mistério. […] Para seres digna de Me tocar, tens de Me contemplar sentado à direita de meu Pai (Mc 16,19; Sl 109,1), não mais na minha condição de abaixamento, mas no meu estado glorificado. Trata-se do mesmo corpo, mas sob outro aspecto. Porque queres tocar-Me na minha fealdade? Espera pelo momento em que poderás fazê-lo na minha beleza.»

domingo, 21 de julho de 2013

Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42.


Naquele tempo, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-O em sua casa.
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra.
Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.»
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas;
mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

Santo Ambrósio (c. 340-397), bispo de Milão, doutor da Igreja 
Comentário ao Evangelho de São Lucas, 7, 85-86; SC 52 
Juntas, Marta e Maria acolhem a Sabedoria de Deus (1Co 1,24)

A virtude não tem apenas um rosto. O exemplo de Marta e de Maria mostram-nos a devoção activa nas obras de uma, e a atenção religiosa do coração à palavra de Deus na outra. Se a tal atenção estiver unida uma fé profunda, ela é preferível às obras: «Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada». Esforcemo-nos portanto, também nós, por possuir aquilo que ninguém nos poderá tirar, escutando com ouvido atento e não distraído; porque por vezes acontece que o grão da palavra vinda do céu é tirado, se for semeado à beira do caminho (Lc 8, 5.12).


Anima-te pois pelo desejo de sabedoria, como Maria: essa é uma obra maior, mais perfeita. Que as preocupações com o serviço não te impeçam de acolher a palavra vinda do céu. Não critiques nem tenhas por ociosos os que vires ocupados em adquirir a sabedoria, pois Salomão, esse homem de paz, convidou-a para sua casa para que ficasse com ele (Sb 9,10). Não se trata, porém, de reprovar a Marta os seus bons serviços: Maria tem preferência porque escolheu uma parte melhor. Jesus tem múltiplas riquezas, e distribui-as com prodigalidade; a mulher mais sábia reconheceu e escolheu o que é mais importante.


Também os apóstolos entenderam que era preferível não abandonar a palavra de Deus para servir às mesas (Act 6,2). Mas ambas as coisas são obras de sabedoria: Estêvão foi escolhido como servo, como diácono, e estava cheio de sabedoria (Act 6,5.8). […]. Com efeito, o corpo da Igreja é um, e se os seus membros são diversos, têm necessidade uns dos outros: «Não pode o olho dizer à mão: «não tenho necessidade de ti», nem tão-pouco a cabeça dizer aos pés: «não tenho necessidade de vós» (1Cor 12,21). […] Se alguns membros são mais importantes, os outros são todavia necessários. A sabedoria reside na cabeça; a actividade, nas mãos.

sábado, 20 de julho de 2013

Evangelho segundo S. Mateus 12,14-21.


Naquele tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus, a fim de O fazerem desaparecer.
Quando soube disso, Jesus afastou-se dali. Muitos seguiram-no e Ele curou-os a todos,
ordenando-lhes que o não dessem a conhecer.
Assim se cumpriu o que fora anunciado pelo profeta Isaías:
Aqui está o meu servo, que escolhi, o meu amado, em quem a minha alma se deleita. Derramarei sobre Ele o meu espírito, e Ele anunciará a minha vontade aos povos.
Não discutirá nem bradará, e ninguém ouvirá nas praças a sua voz.
Não há-de quebrar a cana fendida, nem apagar a mecha que fumega, até conduzir a minha vontade à vitória.
E, no seu nome, hão-de esperar os povos! 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org 



Comentário do dia: 

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja 
Sermão 15, 2-4 

«Aqui está o meu servo»

O mistério da nossa salvação é tão vasto, tão profundo, tão admirável, que os próprios anjos aspiram a compreendê-lo (1Pe 1,12). [...] Pois, sendo Deus por natureza, o Verbo verdadeiro de Deus Pai (Jo 1,1), da mesma substância e com Ele co-eterno, brilhando no mais alto da sua glória «na condição e na igualdade com Deus», Cristo «não Se valeu dessa igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio, assumindo a condição de servo» e, nascendo de Santa Maria, «apareceu como homem e rebaixou-Se até à morte, e morte de cruz» (Fil 2,6-8).


Humilha-Se assim, para nossa humildade, Aquele que dá a todos os homens da sua própria plenitude. Rebaixa-Se por nós, não por constrangimento, mas de sua própria vontade. Por nós toma a condição de escravo Aquele que é a liberdade em pessoa. Torna-Se um como nós Aquele que está acima de toda a Criação. Submete-Se à morte Aquele que dá a vida ao mundo. [...] Como nós torna-Se sujeito à Lei (Gal 4,4) Aquele que, sendo Deus, transcende toda a Lei. Pelo seu nascimento torna-Se um homem como os outros. Começa a existir Aquele que precede todos os séculos e todas as épocas, mais, Aquele que é o próprio Criador e origem do tempo [...]. Aquele que foi gerado em Maria [...] é da nossa natureza e da nossa substância e da mesma descendência de Abraão. Mas é também, no plano divino, da mesma natureza que Deus Pai.

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