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sábado, 26 de julho de 2014

Decisão,

Um dia acordamos de manhã firmes e convictos, a partir de hoje quero ser feliz. E felizes e convictos da nossa decisão levanta-mo-nos cheios de ânimo…

Mas o que é que nos faz realmente felizes? Será que podemos ser felizes por nós próprios? Sem que esse estado de alma e espírito dependa de outros? Sim, nada poderá abalar a nossa decisão de ser feliz, ser feliz depende de nós, de quanto nos empenhamos na felicidade de todos quantos nos rodeiam.

Difícil é passar da fase do “estar” para o “ser”, ser feliz implica acima de tudo decisão permanente de fazer os outros felizes, pois é no dar que se recebe, e custa tão pouco a mudança. São pequenos gestos no nosso dia-a-dia, uma frase, um olhar, um telefonema, uma flor, uma oração, um silêncio numa discussão, um beijo, um abraço, uma oração, o falar dom Deus, um desejo…

Mas muitos dirão: mas como posso ser feliz se estou desempregado, como posso ser feliz se estou cheio de contas para pagar, como posso ser feliz se não tenho o que comer?

Se realmente querem ser felizes podem, temos sempre algo a dar, algo que pode fazer alguém feliz, e fazer alguém feliz é o caminho para nós mesmos. Pode não ter que comer, mas pode dar uma palavra amiga, pode não ter emprego, mas pode ajudar uma pessoa idosa, pode não ter como pagar as contas, mas pode salvar uma criança… E um dia quando menos esperamos esses pequenos gestos, que tornaram a vida de outro mais feliz nos são devolvidos…


Decidam fazer alguém feliz e a felicidade vos será devolvida!


sábado, 22 de março de 2014

EVANGELHO Lc 15, 1-3.11-32


«O teu irmão estava morto e voltou à vida»
«Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
 Já não mereço ser chamado teu filho!»

Vai-te e te esconjuro tentação,
De afastar meu Pai do coração,
Viver no pecado da luxuria,
Mas é esta a vida que perdura?

Me arrependo meu Pai,
De cada vez que de ti me afastei,
E tu na tua bondade, na alegria do regresso,
Me acolhes e me recebes pelo arrependimento,
Esperas pacientemente de mim a penas um gesto!

Meu irmão, porque não me procuraste?
Meu irmão, porque não me falaste?
Porque desististe de mim?
Pai quão arrependido estou,
Do tanto que vos fiz sofrer!
Para agora por umas palavras me arrepender!


Por: A. Alberto Sousa

domingo, 1 de dezembro de 2013

ADVENTO


Quatro semanas: contagem decrescente.
O Natal sempre foi uma experiência feliz e intensa para os amigos e companheiros de Jesus . É uma época com sentimentos muito fortes: ternura, agradecimento, optimismo...
Para entrar melhor em sintonia com esse Deus que vem ao nosso encontro, os Cristãos preparam essa festa com o tempo do Advento. São quatro semanas para aumentar a esperança, para nos darmos conta de como o nosso Deus nos ama. É que o nosso Deus ama-nos mesmo! Quer-nos felizes. E para o conseguir, veio ter connosco. Ao morar connosco, ajuda-nos nas nossas dificuldades, torna-se uma luz que ilumina e expulsa o medo e a escuridão. Abre-nos as portas para uma vida com mais qualidade. 
Advento é um tempo para aprender a acolher esse Deus que vem ter connosco. Para deixar crescer os mais belos sentimentos. 
Lurdes Dias

sábado, 26 de outubro de 2013

Ultreia no Carregado

Caríssimos irmãos, dou-vos testemunho da nossa Ultreia realizada ontem no Carregado, Presidida pelo nosso irmão Wesley, com o Pe. Jacob como Director Espiritual e o nosso irmão João Paulo como rolhista, sendo o tema escolhido “Reunião de Grupo e Ultreia”, Tema que me é muito caro. O Rolho apresentado pelo João Paulo foi uma viagem ao passado, fazendo-nos reviver dia-a-dia todo o nosso cursilho, uma viagem condensada por todos os rolhos, viagem essa ponteada aqui e ali de pormenores que cada um de nós vivenciou nesses magníficos dias. Culminando no último rolho A Reunião de Grupo e Ultreia, em que brilhantemente nos foi demonstrado a verdadeira essência da reunião de grupo, sendo esta a perpetuação no tempo da vivência do Cursilho, a partilha fraterna de vitórias. Conquistas, derrotas, falhas num espírito de verdadeira amizade cristã. 

 Este Rolho permitio verdadeiros testemunhos dos participantes (Graça, Fernanda, Mercedes, Neves, Liliana...) que se encontram a participar em reuniões de grupo, chamando todos os presentes a participação nas reuniões. 

 Rico foi também o rolho místico do Pe. Jacob, em que nos exortou a sermos mais ativos na busca e animação dos ambientes, chamando e trazendo todos quantos abandonaram a reunião de grupo e Ultreia. Muitas vezes nos queixamos da falta de participação dos cursistas nas Ultreias, mas não fazemos o suficiente para os cativar, é necessário maior empenho e participação, mas animação. Não te digas Cristão Mostra-o. 

Apenas um apontamento a modificar, há semelhança do que fazemos na Castanheira e em Vila Franca devemos também cultivar a partilha final com um suculento lanche nocturno… 
 A. Alberto Sousa

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Evangelho segundo S. Lucas 11,42-46.

Naquele tempo, disse o Senhor: «Ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as plantas e descurais a justiça e o amor de Deus! Estas eram as coisas que devíeis praticar, sem omitir aquelas. 
Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e de ser cumprimentados nas praças!
Ai de vós, porque sois como os túmulos, que não se vêem e sobre os quais as pessoas passam sem se aperceberem!»
Um doutor da Lei tomou a palavra e disse-lhe: «Mestre, falando assim, também nos insultas a nós.»
Mas Ele respondeu: «Ai de vós, também, doutores da Lei, porque carregais os homens com fardos insuportáveis e nem sequer com um dedo tocais nesses fardos! 




Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos -www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra
Sermão «Ceremonies of the Church»


A tradição e a vontade de Deus


Pouco importa como aprendemos a conhecer a vontade de Deus – seja através da Escritura, seja através da tradição apostólica, ou daquilo a que São Paulo chama a «natureza» (cf Rom 1,20) –, desde que estejamos certos de que essa é mesmo a sua vontade. Na realidade, Deus revela-nos o conteúdo da fé por inspiração, porque a fé é de ordem sobrenatural; mas revela-nos as questões práticas do dever moral pela nossa própria consciência e pela razão divinamente guiada.


As questões puramente formais, revela-no-las através da tradição da Igreja, pelo costume que nos leva a pô-las em prática, embora o costume não venha na Escritura; isto para responder à questão que podemos colocar a nós próprios: «Para que havemos de observar ritos e formas que a Escritura não prescreve?» A Escritura transmite-nos aquilo em que é necessário acreditar, aquilo para que devemos tender, o que devemos manter. Mas não estabelece a forma concreta de o fazer. Uma vez que não podemos praticar isso senão desta ou daquela forma precisa, somos forçados a acrescentar alguma coisa àquilo que nos diz a Escritura. Por exemplo, ela recomenda-nos que nos reunamos para a oração e associa a sua eficácia […] à união dos corações. Mas, como não indica nem o momento nem o local da oração, a Igreja tem que completar o que a Escritura se contentou em prescrever de forma genérica. […]


Podemos dizer que a Bíblia nos dá o espírito da nossa religião, e que a Igreja tem de organizar o corpo em que o espírito incarna. […] A religião não existe de forma abstracta. […] As pessoas que tentam adorar a Deus duma forma (dizem elas) «puramente espiritual» acabam por, de facto, não O adorar de todo. […] Portanto, a Escritura dá-nos o espírito e a Igreja o corpo da nossa devoção. E, assim como não podemos ver o espírito dum homem sem ser por intermédio do seu corpo, assim também não podemos compreender o objeto da nossa fé sem a sua forma exterior.

Meditação:
                Irmãos, em família, como na sociedade, há sempre alguma divergência de opiniões e de convicções. Também em família, sabemos bem que alguns podem aceitar Jesus, aceitar seguir o Seu Caminho, Verdade e Vida, enquanto outros Lhe são indiferentes ou não aceitam mesmo a verdade da Pessoa de Jesus Cristo, nem vivem em conformidade com ela, criando, assim, conflitos e divisões. Porém, é em Igreja que aprendemos a avaliar, a saber distinguir o Bem do Mal, a identificar a Palavra de Deus como um meio sempre atual para a nossa conversão.(excerto de um texto publicado no site http://familia.patriarcado-lisboa.pt/index.php/recursos/familiarmente/62-deixo-vos-a-minha-paz).


                No seio da nossa família, do nosso grupo de amigos, surgem muitas vezes dúvidas, discórdias, formas varias de entender os vários problemas que a vida se encarrega de colocar no nosso caminho. Muitas vezes na nossa boa-fé poderemos estar a potenciar esses problemas, por o interlocutor não o expor da melhor forma, ou por querer outra atitude por parte dos seus pares.


                Cabe-nos então a nós crentes no Amor de Cristo, Orar e esperar pelos melhores conselhos por parte do Divino Espírito Santo, e operar na Igreja pelo Amor e Caridade Cristã.

Um abraço,
A. Alberto Sousa.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Evangelho segundo S. Lucas 11,29-32.


Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe será dado sinal algum, a não ser o de Jonas. 
Pois, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem para esta geração.
A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui está quem é maior do que Salomão! Os ninivitas hão-de levantar-se, na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem é maior do que Jonas.» 
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org




São Justino
O sinal de Jonas
O Filho sabia que o Pai, segundo o seu desejo, Lhe daria tudo, que O ressuscitaria de entre os mortos, e exortou todos os que temem a Deus a louvá-Lo por ter tido compaixão pela raça de homens crentes graças ao mistério do Crucificado (cf Sl 21,24). Para além disso, esteve entre os seus irmãos apóstolos após a sua ressurreição de entre os mortos […], e eles arrependeram-se por se terem afastado dele durante a crucifixão […].
Ele devia ressuscitar ao terceiro dia após a crucifixão; eis porque está escrito nas Memórias dos apóstolos [os evangelhos] que os judeus que com Ele conversavam disseram: «Mostra-nos um sinal.» Ele respondeu-lhes: «O único sinal que vos será dado é o de Jonas.» Com tais palavras veladas, podiam os auditores compreender que após a crucifixão, ao terceiro dia, Ele ressuscitaria. Mostrava-lhes assim que havia mais maldade nos seus compatriotas que na cidade de Nínive; porque quando, sendo lançado ao terceiro dia para fora do ventre do grande peixe, Jonas anunciou aos ninivitas que após três dias pereceriam em massa (3,4 LXX), estes proclamaram jejum a todos os seres vivos, homens e animais, com vestes de luto, com violentos lamentos, verdadeira penitência e a renúncia à injustiça. Eles acreditaram que Deus é misericordioso, que é «um espírito benevolente» (Sb 1,6), para todos aqueles que fogem do mal. De tal forma que, desde o momento em que o rei desta cidade em pessoa e os homens importantes passaram também a envergar vestes de luto e perseveraram no jejum e na oração, a cidade não foi destruída.
Ora, como Jonas ficou triste com isto […], Deus repreendeu-o por se ter injustamente desencorajado com o facto de a grande cidade de Nínive não ter sido ainda destruída. E disse […]: «E não hei-de Eu compadecer-me da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda?» (4,11).

Diálogo com Trifão, 106-107 


Meditação:
            Irmãos, como a multidão daquele tempo também esta geração vos tem pedido, exigido um sinal, sem a tomada de consciência de que esse sinal já nos foi dado, na Paixão e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. “Felizes os que acreditam sem terem visto” disse Jesus a Tomé, e nós que acreditamos, já perdemos o medo? De dar o testemunho vivo e crente de que Cristo vive em nós? Temos sabido levar essa Boa Nova, esse sinal a todos os Homens, em todos os ambientes?

            Muitas vezes recebemos sinais contraditórios inclusive de nossos irmãos, que seguem a tradicional sabedoria popular, “Olhai para o que eu digo e não para o que faço”, não será nossa obrigação católica chama-los a razão advertindo-os em vez de abandona-los assobiando para o lado?

            Sei que grande parte de estas meditações infelizmente não têm eco, que não ressoam, nem obtêm resposta, mas as encaro como uma oração, uma prece, uma pequena conversa com o Pai, com o Filho, pedido a intervenção do seu Amor a operar em mim. E quanto eu necessito do seu amor, da sua confiança, para que possa caminhar firme na senda de seus caminhos guiado pela Fé.

            Irmãos, ontem o nosso Santo Padre consagrou o Mundo a Nossa Senhora, quantos se lembraram de orar, de o acompanhar nesse ato, posso confiar-vos uma confissão também eu não me lembrei, foi lembrado por um irmão. Mas respondi ao chamado, com um enorme sacrifício pessoal, que a Ela foi dedicado, sacrifício esse que ainda se mantém.

            Peço-vos oração, por todos os que andam afastados de Deus, por todos quantos estão espiritualmente doentes, para que o Espirito Santo os possa reintroduzir e guiar nos caminhos da Salvação.

Um abraço,

A. Alberto Sousa

sábado, 12 de outubro de 2013

Evangelho segundo S. Lucas 11,27-28.


Naquele tempo, enquanto Jesus falava à multidão, uma mulher, levantando a voz no meio da multidão, disse: «Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram!»  
Ele, porém, retorquiu: «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.» 




Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão 5 do Advento do Senhor, 2-3 (trad. Breviário 4ªfeira I semana do Advento) 
«Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração» (Lc 2,51)

«Se alguém Me ama, guardará as minhas palavras, meu Pai o amará e Nós viremos a ele» (Jo 14,23). Lê-se também noutro lugar: «O que teme a Deus praticará o bem» (Sir 15,1). Mas penso que daquele que O ama Jesus diz mais do que isso ao afirmar «guardará as minhas palavras». E onde deverão ser guardadas? Sem dúvida alguma no coração, como diz o Profeta: «Guardei a vossa palavra em meu coração, para não pecar contra Vós» (Sl 119,11). Como havemos nós de guardar a palavra no coração? Será suficiente aprendê-la de cor para a ter na memória? De quem assim procede diz o Apóstolo Paulo: «o conhecimento incha de orgulho» (1Cor 8,1) e o esquecimento depressa apaga o que se confia à memória.


Conserva por isso a palavra de Deus como fazes com os alimentos [...], já que se trata do «pão da vida» (Jo 6,35), do verdadeiro sustento da alma. [...] Guarda também tu a palavra de Deus, porque são bem-aventurados os que a guardam (Lc 11,27). Guarda-a de tal modo que ela entre no mais íntimo da tua alma e penetre em todos os teus sentimentos e costumes. Alimenta-te deste bem e a tua alma deleitar-se-á na abundância. Não te esqueças de comer o teu pão, não suceda que desfaleça o teu coração; pelo contrário, sacia a tua alma com este manjar delicioso. E se assim guardares a palavra de Deus, certamente ela te guardará a ti. Virá a ti o Filho em companhia do Pai, virá o grande Profeta que reedificará Jerusalém e renovará todas as coisas (Act 3,22; Jl 4,1; Ap 21,5).

Meditação:
         Irmãos, «Felizes, antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática.» muitas vezes o nosso maior erro é não escutar, pois escutar não é apenas ouvir, é meditar e interiorizar os seu ensinamentos e pô-los em pratica. Erramos, pois erramos, somos um povo pecador, mas a reconciliação que nos foi proposta pelo seu filho, não tem intenção primeira a mera desculpa e perdão dos nossos erros, dos nossos pecados mas sim o arrependimento, a consciencialização do erro cometido e o prepósito de não o repetir, absorvendo assim os seus prepósitos e ensinamentos.

        Já por várias vezes dou por mim repetindo e interiorizando uma citação, “ Não tenhas vergonha, assume-te com Cristão”, e como é difícil, continuamos a arranjar desculpas, é o ambiente em que trabalhamos, é o grupo de amigos, é o medo da rejeição e troça, pois vos digo, Não tenhais vergonha, e sede apenas vós próprios. Por varias vezes neste meu curto 4º dia me tenho surpreendido com a reação dos meus pares, seja nos amigos, familiares ou trabalho. Muitos buscam a Deus mas não nos lugares certos, cabe-nos a nós não ter medo, falar abertamente das maravilhas do reencontro com Deus, da paz que irão sentir a quando da reconciliação ou encontro com Ele.

        Não é fácil ser apostolo, não é fácil transportar em nós a sua palavra, o anuncio da Boa-Nova, e transmiti-la a quem dela precise e busque. Não basta dizer, mas eu sou um bom cristão, vou a missa todas as semanas, faço as minhas orações, não isso não basta. Somos cristãos todos os minutos, todas as horas, todos os dias, com todos os que se cruzam no nosso caminho e seguimos os seus ensinamentos.
        «Felizes os que acreditam sem ter visto!» 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Meditação ao Evangelho segundo S. Lucas 11,1-4

Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Quando acabou, disse-Lhe um dos seus discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João também ensinou os seus discípulos.»
Disse-lhes Ele: «Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; dá-nos o nosso pão de cada dia; perdoa os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixes cair em tentação.»




Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
Da Oração Dominical, 9/11 (Trad. Breviário, Ofício de Leitura, XI semana do Tempo Comum)

A oração dos filhos de Deus

Como são belos e grandiosos, irmãos caríssimos, os ensinamentos que nos revela a Oração do Senhor! São breves as palavras que os resumem, mas é grande o seu poder espiritual! [...] Diz o Senhor: «Orai assim: Pai nosso, que estais nos Céus.» O homem novo, renascido e restituído ao seu Deus por meio da sua graça, diz em primeiro lugar «Pai», porque já começou a ser filho. Diz a Escritura: «[O Verbo] veio para quem era seu, e os seus não O receberam; mas a todos quantos O receberam e nele creram, deu o poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1, 11-12). Portanto, quem acredita no seu nome e se tornou filho de Deus deve começar por dar graças e professar que é filho de Deus ao chamar a Deus seu «Pai que está nos Céus». [...]


Como é grande a misericórdia do Senhor, como é grande a sua condescendência e a sua bondade para connosco! Ele quis que, ao orarmos na sua presença, O invocássemos com o nome de Pai, e assim como Cristo é o Filho de Deus, assim também nós nos chamássemos seus filhos! Nenhum de nós ousaria pronunciar este nome na oração se Ele próprio nos não tivesse permitido rezar assim.


Por isso, irmãos caríssimos, devemos lembrar-nos e saber que, chamando a Deus nosso Pai, devemos proceder como filhos de Deus para que, se nós nos honramos de ter a Deus como Pai, também Ele Se honre de nos ter a nós como filhos. Vivamos como templos de Deus (1Cor 3,16), de modo que a nossa vida seja um testemunho da presença de Deus em nós.

Meditação:
            Irmãos, somos exultados a oração, Cristo nos convida, no ensina a Orar, e orar não é um mero conjunto de formulas canónicas que se repetem vezes sem conta, não, Orar significa falar com o Pai, meditar cada palavra, questionar e ouvir.

            Quantas vezes ouvimos ou lemos no evangelho, “pedi e sereis atendidos”; “tudo quando pedires ao pai através de mim vos será concedido”, ou como ouvimos no domingo passado, “não esqueçam de agradecer e glorificar o nosso Deis Pai”. Mas muitas vezes somos egoístas apenas pensamos no imediato, no agora, em apenas pedir… Mas o Pai não esta lá apenas para os momentos de aflição, Ele espera-nos todos os dias.

            Que neste dia recitem e meditem cada palavra, cada frase, da oração que seu Filho feito homem nos ensinou, e a dediquem a vossa reconciliação com ele…


            Um abraço,

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Meditação ao Evangelho segundo S. Lucas 10,25-37.



Naquele tempo, levantou-se um doutor da Lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?»
Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como lês?»
O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.»
Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem; faz isso e viverás.»
Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?»
Tomando a palavra, Jesus respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando o meio morto.
Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo.
Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão.
Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.'
Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»
Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.» 





Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Encíclica «Deus caritas est», §15 
«Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?»

A parábola do bom Samaritano (cf Lc 10,25-37) leva a dois esclarecimentos importantes. Enquanto o conceito de «próximo», até então, se referia essencialmente aos concidadãos e aos estrangeiros que se tinham estabelecido na terra de Israel, ou seja, à comunidade solidária de um país e de um povo, agora este limite é abolido. Qualquer um que necessite de mim e eu possa ajudá-lo, é o meu próximo.


O conceito de próximo fica universalizado, sem deixar todavia de ser concreto. Apesar da sua extensão a todos os homens, não se reduz à expressão de um amor genérico e abstracto, em si mesmo pouco comprometedor, mas requer o meu empenho prático aqui e agora. Continua a ser tarefa da Igreja interpretar sempre de novo esta ligação entre distante e próximo na vida prática dos seus membros.


É preciso, enfim, recordar de modo particular a grande parábola do Juízo final (cf Mt 25,31-46), onde o amor se torna o critério para a decisão definitiva sobre o valor ou a inutilidade de uma vida humana. Jesus identifica-Se com os necessitados: famintos, sedentos, forasteiros, nus, enfermos, encarcerados. «Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40). Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo.

Meditação:

         Irmãos, quantas vezes também nós nos questionamos «E quem é o meu próximo?», e com as tribulações das nossas vidas, dos nossos supostos atos de caridade, não os vemos mesmo ao nosso lado, gemendo e suplicando por ajuda, por um gesto, por uma palavra.

«Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.», nesta frase esta resumida toda a doutrina Cristã, todos os mandamentos, todas as virtudes, bastará seguir este lema como o ideal de vida, como lema. Não devemos buscar encontrar o próximo para lhe prestar auxilio, mas responder afirmativamente sempre que alguém que se cruze no nosso caminho necessite do nosso auxilio, pois numa busca desenfreada para o encontrar, nosso olhos se turbam e deixamos de ver todos quantos suplicam por nós, muitas vezes na nossa própria casa.

Peço então que neste dia estejam atentos e dediquem as vossas orações aos que suplicam por ajuda, aos que sofrem sem que ninguém os ouça, aos que nos interpelaram e não os vimos, aos doentes e aos que ainda não encontraram Cristo vivo em cada irmão.

 Um abraço,
A. Alberto Sousa

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Meditação ao Evangelho segundo S. Lucas 8,19-21.


Naquele tempo, vieram ter com Jesus sua mãe e seus irmãos, mas não podiam aproximar-se por causa da multidão.
Anunciaram-lhe: «Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.»
Mas Ele respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.» 

Palavra da salvação.





Compreender a palavra:
Não são os laços do sangue os que mais contam, vistas as coisas com olhos espirituais. Por isso, a este propósito, escreve S. Ambrósio: «Os laços das almas são mais sagrados que os dos corpos”. E a respeito de Nossa Senhora diz S. Leão que Ela concebeu o Filho no seu espírito antes de O conceber em seu ventre. É a Palavra de Deus que está sempre na origem da relação entre o homem e Deus.

Meditação:
Irmãos, a leitura de hoje pode nos levar por vários caminhos, por pensamentos errantes do que S. Lucas nos verdadeiramente nos queria transmitir: «Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-te.» numa interpretação mundana, pode significar, vamos testa-lo, veremos se nos abandona pela família, pelos amigos, se se desvia do caminho da evangelização, se existe “favorecimento”. De uma outra forma também podemos ver que não está só, que sua família de sangue também o segue, também crê na boa nova que ele vem anunciar.

Na segunda parte do evangelho em que ele responde: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.» Ele chama-nos a sua família, nos considera como irmãos, basta segui-lo, nos ensinamentos, na vida, nas ações. Não basta dizer eu acredito, eu tenho Fé, e imperativo que as nossas ações reflitam Cristo vivo em nós, que nos reconheçam como cristãos, pela nossa forma de ser, de agir.  

Acrescento ainda, família somos todos nós igreja, não devemos abandonar uns pelos outros, devemos sempre cuidar de nossos irmãos, e como qualquer família devemos faze-la crescer e prosperar, na Graça e na alegria Pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Um abraço,

A.Alberto Sousa

sábado, 21 de setembro de 2013

Evangelho segundo S. Mateus 9,9-13.

Naquele tempo, Jesus ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou se e seguiu Jesus. 
Encontrando-se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos.
Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?»
Jesus ouviu-os e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.
Ide aprender o que significa: Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»



Compreender a Palavra:
«Jesus ia a passar, quando viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: “Segue-Me!”» Viu-o, não tanto com os olhos do corpo, como com o seu olhar interior, cheio de misericórdia. Jesus viu um publicano e compadeceu-Se dele; escolheu-o e disse-lhe: «Segue-Me», isto é, imita-Me. Disse para O seguir, não tanto com os passos, como no modo de viver. Porque «quem diz que permanece em Cristo deve também proceder como Ele procedeu» (1Jo 2,6).

Mateus levantou-se e seguiu-O. Não devemos admirar-nos de que o publicano, ao primeiro chamamento do Senhor, abandonasse os negócios terrenos em que estava ocupado e, renunciando aos seus bens, seguisse Aquele que via totalmente desprovido de riquezas. É que o Senhor chamava-o exteriormente com a sua palavra, mas iluminava-o de um modo interior e invisível para que O seguisse, infundindo na sua mente a luz da graça espiritual, para que pudesse compreender que Aquele que na terra o afastava dos negócios temporais lhe podia dar no céu tesouros incorruptíveis (cf Mt 6,20).

«Encontrando-Se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos.» A conversão de um publicano deu a muitos publicanos e pecadores um exemplo de penitência e de perdão. Foi, na verdade, um belo e feliz precedente: aquele que havia de ser apóstolo e doutor das gentes atraiu consigo ao caminho da salvação, logo no primeiro momento da sua conversão, um numeroso grupo de pecadores.

Meditação:
Jesus Cristo também me tem chamado, dia a pós dia, mas eu embrenhado nos meus problemas, do trabalho, da vida, do matrimónio não o tenho sabido ouvir convenientemente.
Porquê?

Descobri essa resposta há muito pouco tempo, porque não o amava verdadeiramente, porque não me entregava verdadeiramente ao seu amor, ao seu perdão, porque não me perdoava a mim mesmo, assim também eu não o poderia ouvir…

Como diz Stº Agostinho, “ Ainda sem descobrir o Amor de Cristo para comigo, também eu fui mundano, e sem capacidade de Amar ou perdoar.”

Mas agora que O ouvi, jamais me afastarei do seu amor, do seu perdão, da sua compaixão, agora que O ouvi quero operar essa transformação em mim, e segui-lO. Agora que o amo, melhor posso amar a minha esposa, o meu filho, os meus amigos, os necessitados, o meu próximo… 

Agora que compreendi o seu chamamento melhor posso seguir o projeto do nosso 4º dia. Agora que o ouvi finalmente compreendi o nosso Tripé, Estudo para o compreender e interiorizar seu chamado, Piedade para poder falar e ouvi-lo, conversando diariamente com ele, Ação seguindo em cada gesto, cada atitude, cada palavra o o que interiormente o estudo a piedade e o Amor de Cristo opera na nossa vida…

Ouçam-no, ouçam-no a chamar o vosso nome, ele chama cada um de nós individualmente…
Um abraço:

                A.  Alberto Sousa

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Se duvidas existissem?



Caríssimos irmãos,

É com emoção que escrevo estas palavras, se duvidas existissem do trabalho de Cristo Nosso Senhor foram agora dissipadas, de dúvidas existissem sobre o poder da oração ficaram dissipadas.
Após o magnífico momento criado ontem na Igreja de S. Bartolomeu da Castanheira do Ribatejo, de oração e Intendência, de dialogo ou mera meditação, unidos em torno de um pedido, de uma pessoa, por Ti Kakita. Deus, Seu Filho e sua Mãe ouviram-nos.

Não devemos ficar contentes com apenas esta vitória, devemos continuar unidos, no agradecimento, no reforço do pedido. “ Tudo o que por mim ao Pai pedires vos será concedido”. Peçamos então por ela, por todos, e acima de tudo cantemos cânticos de Louvor a Deus Pai, Deus Filho, Deus Espirito Santo e a Mãe das Mães…

Que Deus nos acompanhe e nos escute neste cântico de louvor…

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Porquê Francisco!


“Ao chamar-se Francisco quis fazer um corte com a opulência, quis mostar que estar ao serviço da Igreja não é ter poder, é servir a humanidade."
Carreira das Neves, franciscano e teólogo

São Francisco teve uma grande abertura ao universo feminino e ao laical (permitindo as ordens terceiras), nota João Luís Inglês Fontes, investigador em História na Universidade Nova de Lisboa e na UCP. “Tinha um grande acolhimento à diversidade”, sublinha.
“Esperemos que ponha em prática a opção pelos pobres e que, tal como aconteceu em São Damião, este Papa repare a Igreja que, neste tempo, está tão vacilante na sua fé”, anseia Maria da Glória, superiora das Franciscanas Missionárias de Maria, em Lisboa.
Um “jesuíta franciscano” Francisco é um “jesuíta franciscano”? Manuel Rito Dias, superior da comunidade dos Capuchinhos, em Fátima, outro ramo dos franciscanos, considera que apesar das duas
ordens terem estilos muito diferentes – os franciscanos apostados no trabalho com os mais pobres; os jesuítas com um “estilo mais intelectual, virados para a cultura e a ciência” – é possível ter “um jesuíta com um estilo de vida franciscano, sem renunciar ao
seu carisma”. Ou seja, um homem que se inspire em São Francisco de Assis e em São Francisco Xavier, o jesuíta evangelizador. “Os dois completam-se naquilo que deve ser um Papa”, define. Até porque na “espiritualidade inaciana”, de Santo Inácio de Loyola, o
fundador dos jesuítas, “há muito de São Francisco”, aponta Vítor Melícias.


“Francisco não é um nome. É um projecto de Igreja pobre, simples, evangélica e destituída de todo o poder. É uma Igreja que anda pelos caminhos, junto com os últimos."

Leonardo Boff, defensor da Teologia da Libertação
O modo como nasceram as duas ordens – fransciscana e jesuíta – é muito distinta. No século XII, com o renascimento urbano, com uma sociedade urbana em explosão e a importância crescente do dinheiro, Francisco rompe com as normas, optando pela
pobreza e pela penitência. “Uma opção que lhe dá grande liberdade para acolher os que mais sofrem”, explica João Luís Inglês Fontes.
Inicialmente, Francisco é um homem que atrai muitos seguidores, num movimento de homens que não são consagrados. Francisco de Assis nunca foi padre, foi um leigo até que Roma proibiu a pregação por pessoas não-consagradas. Então, aceitou ser diácono.
Origem diferente tem a Companhia de Jesus, que surgiu no século XVI, como resposta ao protestantismo: eram sacerdotes que se propuseram ser um “exército dentro da Igreja para defender o Papa” através da filosofia, da teologia e da ciência, descreve Carreira das Neves. Foram também grandes evangelizadores que compreenderam que a palavra de Deus se espalha através do respeito pela cultura dos outros.
Também os franciscanos evangelizaram, recorda Vítor Melícias, mas, enquanto os jesuítas trabalhavam com as elites, os franciscanos estavam ao lado do povo.
Para o jesuíta Miguel Almeida, director do Centro Universitário Padre António Vieira, em Lisboa, o grande desafio é o de ouvir os cristãos que não estão na Europa e entrar em diálogo com os muçulmanos. E, dentro da Igreja, “encontrar maneiras de ser mais comunidade, mais comunhão”, dando aos leigos um papel mais participativo.
Importância da pobreza Oriundo da América Latina, o Papa eleito na passada quarta-feira é um homem que sabe o que é a pobreza e a relação da Igreja com o poder político, nota Inglês Fontes.
Depois do Concílio Vaticano II, a Companhia de Jesus assumiu a vanguarda da Igreja e promoveu a Teologia da Libertação na América Latina, chegando mesmo a envolver-se politicamente. A figura do cardeal Óscar Romero, um teólogo jesuíta assassinado por militares em São Salvador, em 1980, enquanto celebrava missa, marcou a Igreja na América Latina. Outro nome marcante foi o do teólogo Leonardo Boff, um franciscano brasileiro que acabou por se desvincular da Igreja.
No seu blog, Boff afirma que, tal como Francisco de Assis, o Papa Francisco “se deu conta de que a Igreja está em ruínas pela desmoralização dos várias escândalos que atingiram o que tinha de mais precioso: a moralidade e a credibilidade”.
“Francisco não é um nome. É um projecto de Igreja pobre, simples, evangélica e destituída de todo o poder. É uma Igreja que anda pelos caminhos, junto com os últimos; que cria as primeiras comunidades de irmãos que rezam o breviário debaixo de árvores junto com os passarinhos. É uma Igreja ecológica que chama a todos os seres a doce palavra „irmãos e irmãs‟. Francisco mostrou-se obediente à Igreja dos Papas e, ao mesmo tempo, seguiu o seu próprio caminho com o evangelho da pobreza na mão.”, continua Boff, que vê o novo Papa como um homem que tem a experiência da pobreza e, como tem uma “nova visão das coisas, a partir de baixo, poderá reformar a Cúria, descentralizar a administração e conferir um rosto novo e crível à Igreja.”

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